Por Aroldo Murá
Jornal Indústria e Comércio (Curitiba) – 18/6/12
http://www.icnews.com.br/2012.06.18/colunistas/aroldo-mura/com-documentos-ducci-desmente-acusacoes-de-veja/
As relações entre o Vaticano e Israel foi o tema da conferência de Julian Schvindlerman na sede do Centro Israelita do Paraná no último dia 14. Com isenção, Julian apresentou a complexidade das relações diplomáticas entre o Estado Papal e Israel.
O diálogo diplomático entre esses dois países se apresenta sempre surpreendente. Agrada a uns, desagrada a outros. Se por um lado se conduz por regras normais da diplomacia moderna, por outro, se confunde com uma história nada exemplar das relações entre catolicismo e judaísmo.
O Vaticano é um estado com interesses próprios. Deve tratar assuntos, principalmente em regiões de conflitos entre povos e religiões diferentes, com um cuidado cirúrgico. Deve evitar retaliações às frágeis comunidades cristãs nessas regiões. E é com este cuidado que trata as questões com Israel, apesar de que em Israel, ao contrário de outros países da região, não há indicativos do êxodo de cristãos.
Pesam nas relações diplomáticas com Israel a falta de clareza quanto ao vínculo de Pio XII com o nazismo e a demora do Vaticano em reconhecer oficialmente o Estado de Israel. Só em 1994, quarenta e cinco anos após a criação do Estado de Israel, houve o reconhecimento oficial e a instalação da sede diplomática. Embora, o Vaticano, na condição de observador na ONU, foi favorável a criação de um estado judaico na histórica terra de Israel.
Julian é professor no Seminário Rabínico Latino Americano Marshall T. Meyer. É, também, autor de vários livros, entre eles “Roma y Jerusalem – la política vaticana hacia el estado judío”, publicado pela Editora Debate em 2010. É um especialista em relações internacionais. Escreve para diversos jornais da Argentina e de Israel.