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Comunidades, Comunidades - 2012

Comunidades

Por Julián Schvindlerman

  

Siria: otro fracaso diplomático de Kofi Annan – 11/07/12

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El régimen sirio ha masacrado a más de diez mil personas, ha arrestado a alrededor de doscientas mil, ha ubicado minas en zonas fronterizas para dañar a fugitivos de la represión, ha atacado campos de refugiados en países vecinos, ha torturado niños y ha negado tratamiento médico a heridos, entre otras barbaridades, y aún así logró permanecer en el poder por casi un año y medio. Durante este lapso de tiempo, lejos de considerarlo parte del problema, la ONU pareció ponderarlo como parte de la solución a la crisis que él mismo creó y salvajemente perpetuó.

En marzo último, la Liga Árabe y la ONU convocaron al ghanés Kofi Annan a mediar ante el régimen sirio. Como un ex secretario-general de las Naciones Unidas y receptor del Premio Nobel de la Paz, su designación sedujo a muchos. Pero una mirada más cuidadosa mostraba que su récord como oficial de la ONU y mediador era poco impresionante e incluso, calamitoso. No sorprende que su plan terminara descarrilando.

Cuando él era jefe del Departamento de Operaciones de Paz de la ONU, acontecieron dos enormes matanzas completamente evitables. En 1994, Annan fue advertido por el comandante de las fuerzas de mantenimiento de la paz en Ruanda, el general Romeo Dallaire, sobre la propagación por el país de armamento que sería usado para cometer una sangría y solicitó autorización para confiscarlo. Annan desconsideró la información y negó el pedido. Tiempo después, milicias hutus atacaron a la minoría de los tutsis. El genocidio ocasionó alrededor de ochocientas mil víctimas. En 1995, el departamento que dirigía Annan tenía la misión de proteger el enclave de Srebrenica, una de las seis zonas declaradas seguras» por la ONU. Éstas eran habitadas por musulmanes bosnios y estaban rodeadas de serbios. Cuando estos últimos comenzaron su ataque, las tropas de la ONU no intervinieron. Para cuando los serbios se retiraron, ocho mil bosnios yacían muertos.

Dos años más tarde, en 1997, Kofi Annan fue promovido al cargo máximo en la estructura de la ONU. Bajo su mandato (1997-2006) otra crisis humanitaria fenomenal tuvo lugar. En 2003, en Darfur, la población negra local se levantó contra el gobierno árabe de Sudán. El régimen de Jartum armó y respaldó a las notorias milicias Janjawed que acosaron a la población negra con una brutalidad tal que en unos años lograron matar a alrededor de doscientas mil personas y exiliar a cerca de dos millones, sin que la ONU pudiera hacer algo al respecto. Annan a su vez fue responsable de implementar el programa «petróleo-por -alimentos» diseñado en 1996 para dar ayuda humanitaria al pueblo iraquí a la luz de las sanciones internacionales que caían sobre el régimen de Saddam Hussein. El programa tuvo vigencia hasta la caída del líder iraquí en el 2003, período en el cual Saddam abusó de ese proyecto humanitario ante las narices del secretario-general, utilizó dinero allí generado para recompensar a familiares de terroristas suicidas palestinos, comprar armas y darse gustos lujosos. Su hijo, Kojo Annan, se vio implicado en una polémica cuando trascendió que la compañía suiza para la que trabajaba fue contratada por la secretaría-general para realizar tareas de inspección (bien remuneradas) en el país árabe.

Annan también participó en una misión a Damasco en el 2006, luego del cese de las hostilidades entre el ejército israelí y el movimiento Hezbollah en el Líbano. Bashar al-Assad prometió al diplomático de la ONU que no permitiría que llegara armamento de Siria al Líbano. La promesa fue incumplida. En la actualidad se estima que, desde entonces, esa agrupación patrocinada por Irán ha duplicado su arsenal de cohetes y misiles. Finalmente, llamado a intervenir en la crisis siria, Annan presentó un plan de seis puntos que fue inicialmente aceptado, luego sólo parcialmente implementado para después ser completamente abusado por el gobierno de Damasco. Su propuesta contenía elementos positivos pero falló en no pedir por la salida de Bashar al-Assad, ni por un juicio eventual contra su persona, ni ofrecer un esquema de transición del poder. Que China, Rusia e Irán hayan aplaudido el plan lo dijo todo. Al fin de cuentas, los observadores internacionales fueron retirados, incapaces siquiera de protegerse a ellos mismos.

Quizás no era realista esperar que Annan resolviese el pandemonio en Siria. Pero sus antecedentes poco estelares debían haber elevado alertas sobre las consecuencias de sus gestiones. Los ciudadanos sirios acaban de probar el saber amargo de sus fabulosas ideas diplomáticas.

Esta columna es una versión adaptada de una original publicada en Página Siete (Bolivia)

Varios

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Por Julián Schvindlerman

  

Roma e Jerusalém: Na perspectiva de un mestre – 07/12

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Publicado en Jornal Universidade Ciência e Fé (Brasil)
Por Antonio Carlos Coelho

Há uma longa história de conflitos ainda a ser superada. As relações entre a Igreja Católica, Israel e o povo judeu melhoram muito, principalmente após o Concílio Vaticano II, mas restam resquícios a serem superados. Será preciso mais do que um diálogo religioso. É sobre este assunto que Julian Schvindlerman, autor de “ROMA Y JERUSALEM: la política vaticana hacia el estado judio”, editado pela Debate (Argentina), falou recentemente em Curitiba. Julian veio a Curitiba com o apoio do Fundo Comunitário da Comunidade Israelita do Paraná. Conversou com estudantes e professores da Universidade Positivo e, também, com os membros da comunidade judaica do Paraná.

Julian é licenciado em administração pela Universidade de Buenos Aires e mestre em Ciências Sociais pela Universidade Hebraica de Jerusalém. Ensina no Centro de Estudos de Religião, Estado e Sociedade do Seminário Rabínico Latino-americano Marshall T. Meyer, em Buenos Aires. É colunista do periódico Comunidades e da Rádio Jai. Além de Roma y Jerusalem escreveu “Tierras por Paz, Tierras por Guerra” (Ensayos del Sud: 2002), assim como os ensaios, “Introducción al Nuevo Antisemitismo” (Edição Bnai Brith 2010) e “El Otro Eje del Mal: antinorteamericanismo, antiisraelismo y antisemitismo” (Milá: 2004).

Conversei com Julian antes da sua conferência no Centro Israelita do Paraná. Foi uma conversa rápida para um assunto tão longo e complexo. Impressiona a imparcialidade de Julian. Fala com isenção de um tema polêmico e que envolve profundamente o sentimento judaico.

Comecei perguntando sobre o quanto o diálogo religioso entre o judaísmo e o catolicismo tinha contribuído para melhor entendimento entre os dois povos. O professor respondeu que muito havia contribuído. Que o Concílio Vaticano II deu um passo gigantesco para a aproximação de judeus e cristãos no mundo. No entanto, só o diálogo estabelecido com base na religião, nos textos comuns aos dois grupos – a Bíblia – no rever a questão da Shoá – nos pedidos de perdão da Igreja pelos séculos de perseguição e preconceito – não abrangiam a totalidade do diálogo.

Para dialogar com judeus é preciso reconhecer que judaísmo é mais do que uma religião. A identidade judaica não é fragmentada. Contempla o conceito de nação, de terra e de fé num único Deus. E é com o judaísmo, em sua integralidade, que o diálogo deve ser realizado.

Professor Julian chama a atenção pelos 45 anos que separam a criação do novo Estado de Israel do reconhecimento oficial pelo Vaticano, marcado pela instalação da embaixada do Vaticano em Israel. Recorda de que a Igreja já havia passado pela experiência de não possuir um estado independente, o que só foi possível após o Acordo de Laterano, em 1929. Portanto, uma experiência que poderia ter sensibilizado a Igreja aos objetivos judaicos. No entanto, segundo Julian, a Igreja, antes de reconhecer a criação do Estado de Israel considerou considerar as possíveis reações do mundo islâmico. Nos países árabes existem comunidades cristãs de diversas denominações que poderiam sofrer com tal reconhecimento. O reconhecimento só foi efetivado após o Acordo de Oslo, em setembro de 1993 e, também, quando Israel passou a ser atacada por mísseis do Iraque, na Guerra do Golfo. Estes dois fatos teriam dado uma abertura para que o Vaticano – um estado com preocupações políticas, como qualquer outro- reconhecesse o Estado de Israel.

Julian lembra que sempre houve um diálogo diplomático entre os dois estados. Prova disso é a excelente convivência entre Israel e as comunidades católicas no país. As propriedades são respeitadas, não há agressões aos cristãos, por parte dos judeus, em Israel, bem como as datas religiosas são guardadas pelos católicos e cristãos orientais com respeito. Milhares de cristãos visitam Israel todos os anos e jamais sofreram qualquer tipo de embaraço por parte das autoridades ou por parte da população judaica. Há em Israel um grande número de escolas e instituições religiosas que funcionam regularmente. Muitas delas foram estabelecidas há muitos séculos no país.

Para Julian Schvindlerman, o grande complicador dessas relações não se situa no âmbito da diplomacia de estados. Estas relações são tratadas como em qualquer outra situação política. A dificuldade está mais no âmbito religioso e moral do que no político. O Vaticano, por ser um estado católico, onde o Papa é o seu soberano, possui uma carga de compromissos de ordem moral. Torna-se extremamente difícil separar as questões políticas, próprias de um estado soberano, das questões de ordem moral. Isto ocorre também com o povo judeu. É um povo que nasceu e foi desenhado por uma ética monoteísta que serve de base ao mundo ocidental. Isto impõe ao judeu uma carga de responsabilidade imensa e que lhe é cobrada a cada ação, mesmo que esta seja em favor de sua defesa e sobrevivência. Isto, muitas vezes, não lhe permitida, dado ao forte sentimento antissemita – hoje chamado de antissionismo – que persiste no mundo.

Julian, em sua conferência, bem como em seu livro, fez uma retrospectiva das relações entre judeus e católicos. Destacou o papel dos últimos dois papas nas relações judaico-católicas e Vaticano – Israel. Chamou a atenção aos gestos positivos do Papa João XXIII durante o Concílio Vaticano II. Valorizou a fidelidade – que caracterizou, também, como algo pessoal – do Papa João Paulo II na relação com judeus, aos erros da história, aos perdidos na Shoá. Lembrou as posições de Bento XVI, sempre coerentes com os atos de seu antecessor no trato com o judaísmo.

Julian, não deixou de lembrar o controverso silêncio do Papa Pio XII em relação à perseguição e morte dos judeus durante o nazismo. A questão não está bem clara, afirma o professor. Como, também, não se pode, ainda, afirmar ter sido Pio XII o autor da ordem para abertura dos conventos com fins de oferecer proteção aos judeus. Sabe-se que o fato aconteceu, todavia, não está esclarecido se por ordem do Papa ou se foi uma iniciativa dos religiosos. Este é um ponto da história não resolvido entre o Vaticano e o povo judeu e que causa reflexos nas relações em a Igreja, o Estado de Israel e o povo judeu.

Compromiso

Compromiso

Por Julián Schvindlerman

  

¡Las mujeres Saudíes al poder!… En Hofuf al menos – 07/12

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Año 4 – Nro 24

En las recientes Olimpíadas de Londres del año corriente, las mujeres saudíes marcaron un récord cuando dos de ellas pudieron participar, por primera vez en la historia del reinado, en representación de Arabia Saudita. Con condiciones, claro: ellas no podían relacionarse con hombres, debían estar acompañadas por un guardián varón y debían vestir modestamente e incluso debían cubrir sus cabellos con una prenda similar a un velo. En la propia Casa de Saúd, al mismo tiempo y sin embargo, el gobierno continuó prohibiendo a sus ciudadanas mujeres practicar deportes. Conforme reportó Human Rights Watch, las escuelas oficiales no ofrecen clases de educación física para las niñas, sus 153 clubes deportivos patrocinados por el gobierno son exclusivamente para hombres, su Comité Olímpico Nacional y sus 29 federaciones deportivas no tienen secciones femeninas ni organizan campeonatos para mujeres.

Pero un largo camino se ha recorrido desde apenas una década atrás, cuando la opresión de la mujer en el reino saudita alcanzó una dimensión horrible. En el 2002, en la Meca, la policía religiosa impidió a más de una docena de niñas huir de una escuela en llamas debido a que en el desorden de la fuga no tenían puestas sus abayas y velos; todas ellas murieron quemadas. El criterio ortodoxo oficial básicamente postula que, una vez salidas del jardín de infantes, las niñas y futuras mujeres sólo deben interactuar con hombres en el marco del hogar. Entre las restricciones que padecen, ellas no pueden casarse, ni manejar, ni mostrarse en público, ni viajar al extranjero, ni visitar un médico, sin la autorización de un familiar masculino. En ocasiones, supermercados contrataron empleadas mujeres pero debieron despedirlas ante la presión del sector conservador. Cuando en julio del 2011 algunas mujeres osaron desafiar la prohibición de sentarse al volante, fueron condenadas a diez latigazos y sólo el perdón personal del rey las salvó del cruel castigo.

En los años noventa, el Consejo Supremo de Sabios Religiosos determinó que el lugar de la mujer era en la casa y que sólo debía salir en caso de necesidad, pero hubo desde entonces algunos cambios importantes, no obstante. Han sido electas a la cámara de comercio y se les prometió el derecho al voto a partir del 2015, se les ha permitido permanecer solas en hoteles y trabajar en tiendas de ropa íntima femenina. Se espera que en las joyerías y los negocios que venden abayas los vendedores varones sean próximamente reemplazados por mujeres.

Siguiendo con las reformas, el gobierno decidió construir una ciudad destinada solamente a mujeres trabajadoras en Hofuf, ubicada hacia el este del país. Se estima que unas cinco mil mujeres hallarán empleo allí en las industrias farmacéutica, alimenticia y textil. Seguirán sujetas a las estrictas normas religiosas que imperan en la nación y conforme a los códigos que reinan dentro de las casas, pero podrán tener oficio propio y recibir un salario por ello. “¿Un paso adelante o un paso atrás? ¿Una particular perversión de un sistema retrógado por la necesidad de mano de obra (seguramente más barata) o un gesto de tímida afirmación femenina?” preguntaba el diario El País de España ante la noticia.

Arabia Saudita tiene una población de 28 millones de personas, de las cuales el 45% son mujeres. Según ha informado el New York Times, el 57% de ellas tiene títulos universitarios y sin embargo las mujeres representan apenas el 15% de la fuerza laboral del país. El 60% de las que obtuvieron doctorados no tiene empleo. Ha sido un acto de justicia darles acceso a la educación universitaria, pero educarlas para luego confinarlas a las tareas domésticas no ha sido una política nacional sensata.

Si la ciudad-feminista cerca de Hofuf será parte de la solución, o un agravamiento del problema, sólo el tiempo lo dirá. Pero la exclusión como alternativa a la integración de la mujer en la sociedad no luce ser lo correcto. Un mega-gueto para mujeres trabajadoras podrá tener sentido relativo dentro de la cultura ultraconservadora de Arabia Saudita, pero tal noción en la aldea global que es nuestro mundo en los inicios del siglo XXI acarrea una resonancia moral repugnante.

Comunidades, Comunidades - 2012

Comunidades

Por Julián Schvindlerman

  

Ahmadinejad el humanista – 27/06/12

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Prácticamente todos los encuentros de las Naciones Unidas tienen siempre un momento John Lennon repleto de invocaciones elevadas y apelaciones al bien común. Con sólo mirar los objetivos proclamados en la última Conferencia de las Naciones Unidas para el Desarrollo Sustentable, conocida simplemente como Río+20, vemos que ella no fue una excepción: reducir la pobreza, avanzar la equidad social, asegurar protección medioambiental. Usualmente, los asistentes honran la consigna y dan sentidos discursos siguiendo esa línea loable, especialmente los políticos, para quienes no siempre (no digo nunca) estos temas no son tan prioritarios como lo son para la sociedad civil activamente involucrada en estos asuntos aún fuera del marco de estas reuniones globales.

El presidente de Irán, Mahmmoud Ahmadinejad, actuó su papel a la perfección, alternando el rol del humanista, el ecologista, el pacifista, el sociólogo y el historiador con gran descaro y eficiente soltura. En una sucesión de tediosas reflexiones que provocan mareo, saltó de hacerse el Jacques Cousteau («nadie tiene el derecho de destruir el medioambiente, el cual pertenece a todos») a Madre Teresa de Calcuta («creemos que el ser humano es, en esencia, monoteísta, buscador de justicia, equilibrado y que desea amor y belleza»), a Theodor Roosevelt («debemos valorar los sacrificios, valorar los esfuerzos como principios esenciales de la humanidad, sólo así podrá seguir desarrollándose la humanidad») a Jorge Bucay («la felicidad de unos no debe estar en contra de la felicidad de otros»). Por momentos adoptó un tono más severo, al pontificar a la Noam Chomsky que «la división cada vez más amplia entre el Norte y el Sur y varias crisis y preocupaciones… son todas resultado del orden y sistema actuales que dominan al mundo». Pero no pudo evitar ser él mismo al despotricar contra las «guerras globales tales como aquellas en Corea y Vietnam y las guerras de los sionistas contra Palestina y naciones regionales, el Líbano y Gaza, así como la guerra que Saddam lanzó contra Irán, las guerras de la OTAN contra Afganistán e Irak, África y los Balcanes y otras partes del mundo».

Ahmadinejad ya había ensayado estas parábolas verbales cuando arribó a América Latina a comienzos de este año. En Nicaragua dijo que Irán puja por establecer «la solidaridad y la justicia en el mundo». En Cuba fustigó al capitalismo al que «ya le falta lógica, recurre a las armas para matar y destruir». Pero fue en Venezuela donde exhibió su prosa más florida al defender su programa nuclear así: «la bomba no es más que la bomba de la libertad de los pueblos y nosotros amamos a todos los pueblos… nuestra arma es la lógica, son los valores humanos; nuestra arma es el amor, el cariño, la amistad…».

El pseudo Dalai Lama iraní fue recibido en Río de Jainero por una manifestación de judíos, gays y activistas de derechos humanos opuestos a su presencia. A pesar de su mensaje de amor universal, varias naciones boicotearon su discurso, entre ellas Canadá, Israel, los Estados Unidos, Australia, el Reino Unido y la Unión Europea. Su preocupación por el medioambiente no le acreditó una reunión oficial con la presidenta del Brasil, Dilma Rouseff, quién rechazó el pedido del iraní agregando al repudio mostrado por el alcalde de la cidade maravilhosa Eduardo Paes, quién eligió no asistir a la inauguración de una réplica de las columnas de Persépolis, obsequiadas a Brasilia por Teherán. La suya no fue una gira especialmente exitosa. La influencia diplomática iraní en América Latina sigue restringida al núcleo bolivariano: Caracas, La Paz, Managua, La Habana y Quito. Es solamente en esas tierras latinas donde Ahmadinejad puede ser recibido a los abrazos, realizar anuncios extravagantes sobre aviones no tripulados y protestar contra el «imperio». Por el momento al menos, el resto de la región -Buenos Aires y Montevideo inquietan un poco- permanece inmune a los cantos de sirena persas.

Con todo, se nota una excesiva frivolidad en el trato mundial conferido al presidente de Irán. Por razones formales la ONU debe invitarlo a sus eventos y, ávido de explotar la plataforma global, Ahmadinejad saca provecho a cada oportunidad. De esta forma, solemos verlo en las sesiones anuales de la Asamblea General en Nueva York, o en la última Conferencia de las Naciones Unidas contra el Racismo y la Xenofobia en Ginebra, e incluso invitado a discursar en la Universidad de Columbia. Es reconfortante ver a algunos países expresar su rechazo a su persona mediante el abandono de las salas en las que él expone su fanatismo, pero sigue siendo lamentable ver a muchas otras democracias permanecer en esos mismos recintos. Para un negador del Holocausto, un invocador a un genocidio, un dictador, un patrocinador de terrorismo y un embaucador serial de la AIEA, la recepción internacional que le es dada no está nada mal.

Ahmadinejad y el régimen de Teherán son un problema para la paz, la estabilidad y la seguridad global. Es perturbador advertir que -sea por simpatía ideológica, oportunismo político o falta de temeridad colectiva- él y su gobierno continúen recorriendo el planeta con total impunidad.

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Ahmadinejad el humanista – 27/06/2012

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Prácticamente todos los encuentros de las Naciones Unidas tienen siempre un momento John Lennon repleto de invocaciones elevadas y apelaciones al bien común. Con sólo mirar los objetivos proclamados en la última Conferencia de las Naciones Unidas para el Desarrollo Sustentable, conocida simplemente como Río+20, vemos que ella no fue una excepción: reducir la pobreza, avanzar la equidad social, asegurar protección medioambiental. Usualmente, los asistentes honran la consigna y dan sentidos discursos siguiendo esa línea loable, especialmente los políticos, para quienes no siempre (no digo nunca) estos temas no son tan prioritarios como lo son para la sociedad civil activamente involucrada en estos asuntos aún fuera del marco de estas reuniones globales.

El presidente de Irán, Mahmmoud Ahmadinejad, actuó su papel a la perfección, alternando el rol del humanista, el ecologista, el pacifista, el sociólogo y el historiador con gran descaro y eficiente soltura. En una sucesión de tediosas reflexiones que provocan mareo, saltó de hacerse el Jacques Cousteau (nadie tiene el derecho de destruir el medioambiente, el cual pertenece a todos») a Madre Teresa de Calcuta («creemos que el ser humano es, en esencia, monoteísta, buscador de justicia, equilibrado y que desea amor y belleza»), a Theodor Roosevelt («debemos valorar los sacrificios, valorar los esfuerzos como principios esenciales de la humanidad, sólo así podrá seguir desarrollándose la humanidad») a Jorge Bucay («la felicidad de unos no debe estar en contra de la felicidad de otros»). Por momentos adoptó un tono más severo, al pontificar a la Noam Chomsky que «la división cada vez más amplia entre el Norte y el Sur y varias crisis y preocupaciones… son todas resultado del orden y sistema actuales que dominan al mundo». Pero no pudo evitar ser él mismo al despotricar contra las «guerras globales tales como aquellas en Corea y Vietnam y las guerras de los sionistas contra Palestina y naciones regionales, el Líbano y Gaza, así como la guerra que Saddam lanzó contra Irán, las guerras de la OTAN contra Afganistán e Irak, África y los Balcanes y otras partes del mundo».

Ahmadinejad ya había ensayado estas parábolas verbales cuando arribó a América Latina a comienzos de este año. En Nicaragua dijo que Irán puja por establecer «la solidaridad y la justicia en el mundo». En Cuba fustigó al capitalismo al que «ya le falta lógica, recurre a las armas para matar y destruir». Pero fue en Venezuela donde exhibió su prosa más florida al defender su programa nuclear así: «la bomba no es más que la bomba de la libertad de los pueblos y nosotros amamos a todos los pueblos… nuestra arma es la lógica, son los valores humanos; nuestra arma es el amor, el cariño, la amistad…».

El pseudo Dalai Lama iraní fue recibido en Río de Jainero por una manifestación de judíos, gays y activistas de derechos humanos opuestos a su presencia. A pesar de su mensaje de amor universal, varias naciones boicotearon su discurso, entre ellas Canadá, Israel, los Estados Unidos, Australia, el Reino Unido y la Unión Europea. Su preocupación por el medioambiente no le acreditó una reunión oficial con la presidenta del Brasil, Dilma Rouseff, quién rechazó el pedido del iraní agregando al repudio mostrado por el alcalde de la cidade maravilhosa Eduardo Paes, quién eligió no asistir a la inauguración de una réplica de las columnas de Persépolis, obsequiadas a Brasilia por Teherán. La suya no fue una gira especialmente exitosa. La influencia diplomática iraní en América Latina sigue restringida al núcleo bolivariano: Caracas, La Paz, Managua, La Habana y Quito. Es solamente en esas tierras latinas donde Ahmadinejad puede ser recibido a los abrazos, realizar anuncios extravagantes sobre aviones no tripulados y protestar contra el «imperio». Por el momento al menos, el resto de la región -Buenos Aires y Montevideo inquietan un poco- permanece inmune a los cantos de sirena persas.

Con todo, se nota una excesiva frivolidad en el trato mundial conferido al presidente de Irán. Por razones formales la ONU debe invitarlo a sus eventos y, ávido de explotar la plataforma global, Ahmadinejad saca provecho a cada oportunidad. De esta forma, solemos verlo en las sesiones anuales de la Asamblea General en Nueva York, o en la última Conferencia de las Naciones Unidas contra el Racismo y la Xenofobia en Ginebra, e incluso invitado a discursar en la Universidad de Columbia. Es reconfortante ver a algunos países expresar su rechazo a su persona mediante el abandono de las salas en las que él expone su fanatismo, pero sigue siendo lamentable ver a muchas otras democracias permanecer en esos mismos recintos. Para un negador del Holocausto, un invocador a un genocidio, un dictador, un patrocinador de terrorismo y un embaucador serial de la AIEA, la recepción internacional que le es dada no está nada mal.

Ahmadinejad y el régimen de Teherán son un problema para la paz, la estabilidad y la seguridad global. Es perturbador advertir que -sea por simpatía ideológica, oportunismo político o falta de temeridad colectiva- él y su gobierno continúen recorriendo el planeta con total impunidad.

Varios

Varios

Por Julián Schvindlerman

  

Vaticano e Israel – 18/06/12

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Por Aroldo Murá

Jornal Indústria e Comércio (Curitiba) – 18/6/12

http://www.icnews.com.br/2012.06.18/colunistas/aroldo-mura/com-documentos-ducci-desmente-acusacoes-de-veja/

As relações entre o Vaticano e Israel foi o tema da conferência de Julian Schvindlerman na sede do Centro Israelita do Paraná no último dia 14. Com isenção, Julian apresentou a complexidade das relações diplomáticas entre o Estado Papal e Israel.

O diálogo diplomático entre esses dois países se apresenta sempre surpreendente. Agrada a uns, desagrada a outros. Se por um lado se conduz por regras normais da diplomacia moderna, por outro, se confunde com uma história nada exemplar das relações entre catolicismo e judaísmo.

O Vaticano é um estado com interesses próprios. Deve tratar assuntos, principalmente em regiões de conflitos entre povos e religiões diferentes, com um cuidado cirúrgico. Deve evitar retaliações às frágeis comunidades cristãs nessas regiões. E é com este cuidado que trata as questões com Israel, apesar de que em Israel, ao contrário de outros países da região, não há indicativos do êxodo de cristãos.

Pesam nas relações diplomáticas com Israel a falta de clareza quanto ao vínculo de Pio XII com o nazismo e a demora do Vaticano em reconhecer oficialmente o Estado de Israel. Só em 1994, quarenta e cinco anos após a criação do Estado de Israel, houve o reconhecimento oficial e a instalação da sede diplomática. Embora, o Vaticano, na condição de observador na ONU, foi favorável a criação de um estado judaico na histórica terra de Israel.

Julian é professor no Seminário Rabínico Latino Americano Marshall T. Meyer. É, também, autor de vários livros, entre eles “Roma y Jerusalem – la política vaticana hacia el estado judío”, publicado pela Editora Debate em 2010. É um especialista em relações internacionais. Escreve para diversos jornais da Argentina e de Israel.

Comunidades, Comunidades - 2012

Comunidades

Por Julián Schvindlerman

  

Egipto y aquellos años locos – 13/06/12

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Hubo un tiempo en que la relación política entre Egipto e Israel era una certeza relativa. Entre ambos existía una Paz Fría que regulaba la relación bilateral. Así era llamada por la ausencia de calidez en el lazo. El presidente que la firmó, Anwar Sadat, fue asesinado por ello y su sucesor, Hosni Mubarak, decidió preservar el legado pero reducir el trato al mínimo indispensable. El Cairo mantenía la calma en la frontera con el estado judío, reprimía al islamismo local, mediaba entre israelíes y palestinos y era un socio razonablemente confiable de Washington. A la vez, Mubarak evitaba visitar Israel (lo hizo una sola vez en sus tres décadas de gobierno cuando, presionado por los Estados Unidos, asistió al funeral de Yitzjak Rabin), lanzaba campañas diplomáticas hostiles a los intereses de Jerusalem en el foro de la ONU, pujaba por desnuclearizar a su vecino, desincentivaba el intercambio económico, científico y cultural y creaba una atmósfera violentamente antisionista y antijudía en su país. Mientras que la película “La lista de Schindler” era prohibida, se permitía la propagación de una canción popular que ganaba fama con el título “Amo a Amr Mussa y odio a Israel”. Mientras que las mujeres egipcias no gozaban de grandes derechos, se permitía la creación de la Asociación de Mujeres para Combatir al Sionismo. La prensa era censurada si cuestionaba al gobierno de El Cairo, pero las críticas -y las difamaciones- contra Israel eran toleradas y, de hecho, promovidas. Esos eran los buenos tiempos de la relación bilateral.

Hoy el estatus de la relación está en duda. Como consecuencia de las revueltas, Mubarak fue depuesto, juzgado y condenado a cadena perpetua. El Acuerdo de Camp David fue cuestionado por las principales fuerzas políticas del país. El Sinaí es un caos. El gasoducto que traslada gas a Israel es regularmente atacado. Jerusalem comenzó a construir una barrera de seguridad en su frontera con Egipto y reactivó una división del ejército responsable de proteger ese límite. Si Egipto desapareciese definitivamente como socio de Israel, un pilar de la estabilidad bilateral y regional se iría con él. Históricamente, al saberse rodeados de enemistad vecinal árabe, los líderes israelíes buscaron forjar alianzas con países musulmanes no-árabes más alejados, pertenecientes a lo que se denominó el “círculo periférico” del país: Irán, Turquía y otras naciones asiáticas y africanas. El advenimiento de la paz egipcia, primero, y la posterior paz con Jordania y diálogo con la OLP parecieron quebrar la hostilidad del “círculo interno” a Israel en un lapso histórico en el que Irán cayó en manos de los Khomeinistas y Turquía en manos de los islamistas del partido de Erdogan. Actualmente, las chances de una paz palestino-israelí son remotas, Irán es el principal enemigo internacional del estado judío, Ankara pasó de ser un aliado a convertirse en un antagonista de Jerusalem, y Egipto se encuentra atravesado por una transición inestable cuyas consecuencias pueden ser calamitosas. Su parlamento ya está en manos del Islam político.

En cuanto a las elecciones actuales, bajo la mirada de las formas todo parece ir en orden allí. Hubo elecciones nacionales en mayo que depuraron candidatos, habrá un ballotage esta semana entre dos contendientes, los resultados serán anunciados el 21 de junio y el poder transferido de una autoridad militar a una civil el 1 de julio. Un problema es que ninguno de los candidatos es especialmente fantástico para Egipto o para la relación bilateral. Mohamed Morsi, el candidato de la Hermandad Musulmana, ganó el 24% del voto popular. Aunque Egipto tiene una población de ochenta millones, importa el 60% de los alimentos y el 40% del combustible que consume, y su economía está afectada, su partido rechazó un ofrecimiento de 3.2 mil millones de dólares del Fondo Monetario Internacional. Morsi no es un enamorado de los israelíes, a quienes llamó “vampiros” y “asesinos”. Ahmed Shafiq, el candidato del Ancien Régime, cosechó el 23% y promete ser más moderado que su competidor, pero su pertenencia al gobierno de Mubarak no despierta el entusiasmo de las masas de laicos y jóvenes que revolucionaron al país un año y medio atrás. Además, la validez de su candidatura misma está en jaque, pendiente de una decisión que debe tomar la Corte Constitucional Suprema en vísperas del ballotage. (Luego de las revueltas, el parlamento adoptó una ley que prohíbe a figuras de la época de Mubarak postularse).

Morsi representa el cambio y el islamismo, Shafiq la continuidad y el totalitarismo. No son grandes opciones. Los frutos de la revolución no están ya en manos de quienes la gestaron. Si gana Morsi, ¿aceptará ello el ejército, el cual ha reprimido desde siempre a la Hermandad Musulmana? Si gana Shafiq, ¿aceptará ello el pueblo, que derrocó al gobierno del cual él era parte? No se avecinan tiempos calmos en Egipto. Lo que significa que tampoco lo serán para Israel.

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Egipto y aquellos años locos – 13/06/2012

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Hubo un tiempo en que la relación política entre Egipto e Israel era una certeza relativa. Entre ambos existía una Paz Fría que regulaba la relación bilateral. Así era llamada por la ausencia de calidez en el lazo. El presidente que la firmó, Anwar Sadat, fue asesinado por ello y su sucesor, Hosni Mubarak, decidió preservar el legado pero reducir el trato al mínimo indispensable. El Cairo mantenía la calma en la frontera con el estado judío, reprimía al islamismo local, mediaba entre israelíes y palestinos y era un socio razonablemente confiable de Washington. A la vez, Mubarak evitaba visitar Israel (lo hizo una sola vez en sus tres décadas de gobierno cuando, presionado por los Estados Unidos, asistió al funeral de Yitzjak Rabin), lanzaba campañas diplomáticas hostiles a los intereses de Jerusalem en el foro de la ONU, pujaba por desnuclearizar a su vecino, desincentivaba el intercambio económico, científico y cultural y creaba una atmósfera violentamente antisionista y antijudía en su país. Mientras que la película La lista de Schindler» era prohibida, se permitía la propagación de una canción popular que ganaba fama con el título «Amo a Amr Mussa y odio a Israel». Mientras que las mujeres egipcias no gozaban de grandes derechos, se permitía la creación de la Asociación de Mujeres para Combatir al Sionismo. La prensa era censurada si cuestionaba al gobierno de El Cairo, pero las críticas -y las difamaciones- contra Israel eran toleradas y, de hecho, promovidas. Esos eran los buenos tiempos de la relación bilateral.

Hoy el estatus de la relación está en duda. Como consecuencia de las revueltas, Mubarak fue depuesto, juzgado y condenado a cadena perpetua. El Acuerdo de Camp David fue cuestionado por las principales fuerzas políticas del país. El Sinaí es un caos. El gasoducto que traslada gas a Israel es regularmente atacado. Jerusalem comenzó a construir una barrera de seguridad en su frontera con Egipto y reactivó una división del ejército responsable de proteger ese límite. Si Egipto desapareciese definitivamente como socio de Israel, un pilar de la estabilidad bilateral y regional se iría con él. Históricamente, al saberse rodeados de enemistad vecinal árabe, los líderes israelíes buscaron forjar alianzas con países musulmanes no-árabes más alejados, pertenecientes a lo que se denominó el «círculo periférico» del país: Irán, Turquía y otras naciones asiáticas y africanas. El advenimiento de la paz egipcia, primero, y la posterior paz con Jordania y diálogo con la OLP parecieron quebrar la hostilidad del «círculo interno» a Israel en un lapso histórico en el que Irán cayó en manos de los Khomeinistas y Turquía en manos de los islamistas del partido de Erdogan. Actualmente, las chances de una paz palestino-israelí son remotas, Irán es el principal enemigo internacional del estado judío, Ankara pasó de ser un aliado a convertirse en un antagonista de Jerusalem, y Egipto se encuentra atravesado por una transición inestable cuyas consecuencias pueden ser calamitosas. Su parlamento ya está en manos del Islam político.

En cuanto a las elecciones actuales, bajo la mirada de las formas todo parece ir en orden allí. Hubo elecciones nacionales en mayo que depuraron candidatos, habrá un ballotage esta semana entre dos contendientes, los resultados serán anunciados el 21 de junio y el poder transferido de una autoridad militar a una civil el 1 de julio. Un problema es que ninguno de los candidatos es especialmente fantástico para Egipto o para la relación bilateral. Mohamed Morsi, el candidato de la Hermandad Musulmana, ganó el 24% del voto popular. Aunque Egipto tiene una población de ochenta millones, importa el 60% de los alimentos y el 40% del combustible que consume, y su economía está afectada, su partido rechazó un ofrecimiento de 3.2 mil millones de dólares del Fondo Monetario Internacional. Morsi no es un enamorado de los israelíes, a quienes llamó «vampiros» y «asesinos». Ahmed Shafiq, el candidato del Ancien Régime, cosechó el 23% y promete ser más moderado que su competidor, pero su pertenencia al gobierno de Mubarak no despierta el entusiasmo de las masas de laicos y jóvenes que revolucionaron al país un año y medio atrás. Además, la validez de su candidatura misma está en jaque, pendiente de una decisión que debe tomar la Corte Constitucional Suprema en vísperas del ballotage. (Luego de las revueltas, el parlamento adoptó una ley que prohíbe a figuras de la época de Mubarak postularse).

Morsi representa el cambio y el islamismo, Shafiq la continuidad y el totalitarismo. No son grandes opciones. Los frutos de la revolución no están ya en manos de quienes la gestaron. Si gana Morsi, ¿aceptará ello el ejército, el cual ha reprimido desde siempre a la Hermandad Musulmana? Si gana Shafiq, ¿aceptará ello el pueblo, que derrocó al gobierno del cual él era parte? No se avecinan tiempos calmos en Egipto. Lo que significa que tampoco lo serán para Israel.

Clarín

Clarín

Por Julián Schvindlerman

  

Silencio ante el drama Sirio – 08/06/12

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El silencio oficial respecto de la crisis política y humanitaria en Siria rápidamente está alcanzando la magnitud del escándalo. Para un gobierno que ha hecho de los derechos humanos una causa primordial, su postura discreta es inadmisible moralmente .

El mensaje que están dando la Casa Rosada y el Palacio San Martín a los argentinos y al mundo entero es que al Gobierno le importan exclusivamente los derechos humanos cuando atañen a los años setenta, aquí, y nada más.

Por eso no ven inconsistencia alguna en visitar a un dictador que lleva décadas en el poder en Angola, comerciar con un tirano legendario como Muhamar Kaddafi oportunamente, instruir al delegado argentino ante la ONU en Nueva York a permanecer en su asiento mientras el presidente de Irán daba un discurso extremo, solidarizarse con la longeva tiranía de los hermanos Castro en Cuba y codearse con el poco demócrata Hugo Chávez. Para una Presidenta y un canciller usualmente propensos a la crítica pública hacia terceros, callar ante los crímenes atroces del carnicero de Damasco es insólito.

En su sitio oficial, el Ministerio de Relaciones Exteriores y Culto informa que nuestro país representará a Latinoamérica como miembro no-permanente en el Consejo de Seguridad para el bienio 2013-2014. En su texto, el Gobierno orgullosamente anuncia: “Todos los miembros de las Naciones Unidas pueden confiar que la defensa de la paz, la seguridad, la soberanía y el fin del colonialismo contarán con un país, Argentina, que será un defensor incansable de los valores fundantes de la organización multilateral”.

Es curioso que los derechos humanos, tan proclamados en casa, no hayan sido mencionados.

Pero si realmente la Presidencia y la Cancillería anhelan honrar esta promesa solemne, deberán recordar que entre los valores fundacionales de la ONU se encuentra el compromiso de proteger globalmente los derechos humanos universales. Si la vocación declarada es sincera, no habrá necesidad de esperar hasta el 2013 o el 2014. La defensa de los derechos humanos, este año en Siria, puede comenzar inmediatamente.

Varios

Varios

Por Julián Schvindlerman

  

Julián Schvindlerman interpreta relações entre Vaticano e Israel – 06/12

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Entrevista publicada en Visão Judaica (Curitiba – Brasil)
Por Antônio Carlos Coelho*

As relações entre Vaticano e Israel parecem ser complicadas. Quase sempre são surpreendentes. Ou, por serem negativas ao ponto de vista judaico, noutras, muito estimuladoras. O que rege essa relação? O que fez com que o Estado católico esperasse 45 anos para reconhecer formalmente o Estado de Israel e instalar sua sede diplomática no país somente em 1994, embora tenha sido favorável à criação de Israel antes mesmo da sua independência?

Questões como estas foram tratadas com a autoridade de quem conhece a fundo. Na noite de 14 de junho, no
Centro Israelita do Paraná, por Julián Schvindlerman, professor no Centro de Estudos de Religião, Estado e Sociedade (CERES) do Seminário Rabínico Latino Americano Marshall T. Meyer e colunista do jornal Comunidades e da Rádio Chai, Argentina.

Julián trata desses assuntos com isenção. Expõe um tema complicado, que facilmente poderia ferir sensibilidades, com muita sabedoria. Isso está registrado em seu último livro “Roma y Jerusalem – la política vaticana hacia el estado judío”, publicado do pela Editora Debate (Argentina) em 2010. Nele mostra a complexidade de uma relação que perdura por dois mil anos, e que tem por substrato a trágica relação entre judeus e cristãos, dois povos que reconhecem seus laços espirituais comuns e que, mesmo assim, mantêm justificados resquícios de amargura.

A relação Vaticano–Israel não é para amadores. São poucos os que podem compreendê-la e interpretá-la à luz da ciência política. Talvez, difícil até mesmo para os experientes diplomatas israelenses e os chefiados pelo arcebispo Giovanni Lajolo, presidente da Pontifícia Comissão para o Estado da Cidade do Vaticano.

O Vaticano é um Estado como qualquer outro da Europa ou da América. Mas, ao mesmo tempo é a sede papal,
isto é, “capital” da Igreja Católica. Portanto, só por esta condição as relações envolvem aspectos muitas vezes opostos: interesses temporais e interesses espirituais, fatalmente são conflitantes.

Não é por acaso que fatos puramente humanos, cheios de malícia política, quando ocorridos no Vaticano, escandalizem a tantos. Espera-se do Estado do Papa a prática da moral da Igreja e não a omissão diante de necessidades humanas de maior relevância. Espera-se que da Praça São Pedro ecoe a voz profética – forte como um trovão, como a que saía da boca dos profetas bíblicos, que condene os regimes ditatoriais, os massacres de cristãos pelos muçulmanos e outros tantos barbarismos do mundo. No entanto, o que temos, muitas vezes, é o silêncio, ou um discurso vago que se traduz em omissão.

As relações com Israel contemplam questões antigas, que ainda sobrevivem ao tempo na cultura cristã. Além disto, exigem cuidados com as comunidades católicas em países islâmicos. Assim se explica a demora do Vaticano em reconhecer oficialmente o Estado de Israel. O país católico jamais deixou de reconhecer o direito do povo judeu a ter seu Estado independente. Foi favorável, mesmo como Estado observador da ONU, a criação de Israel e sempre manteve relações informais com Israel. Mas, o temor aos efeitos de um reconhecimento formal ao país judeu, pelo que isto pudesse refletir nas comunidades católicas em países árabes, aguardou um momento propício. Foram os ataques de Sadam Hussein a Israel durante a Guerra do Golfo e o Acordo de Oslo, em 1993, que encorajaram o Vaticano instalar sua embaixada em Israel.

Julián Schvindlerman, em sua palestra, bem como em seu livro, fez uma retrospectiva das relações entre judeus e católicos. Destacou o papel dos últimos papas nas relações judaico-católicas e Vaticano–Israel. Chamou a atenção aos gestos positivos do Papa João XXIII durante o Concílio Vaticano II. Valorizou a fidelidade – que caracterizou, também, como algo pessoal– do Papa João Paulo II na relação com judeus, aos erros da história, aos perdidos na Shoá. Lembrou das posições de Bento XVI em favor do diálogo com o judaísmo e sua coerência com os atos de seu antecessor. Julián, não deixou de lembrar o silêncio, ou as referências veladas de Pio XII em relação à morte de judeus, embora, este tenha ordenado a proteção de centenas dentro de conventos em diferentes países ocupados pelos nazistas.

Julián falou como quem conhece. Falou com isenção, expôs verdades, consertou erros de interpretação, trouxe uma luz sobre um tema marcado por uma história trágica. Não encobriu erros da Igreja e do Vaticano no trato com os judeus e com Israel. Mostrou, com profundidade, as implicações da diplomacia entre estados que, apesar de estabelecerem protocolos formais, isentos de memórias do passado, não conseguem se livrar do peso das suas origens bíblicas e do dever de guardarem os valores morais proclamados ao longo dos séculos.


* Antônio Carlos Coelho é professor universitário, escritor, diretor do Instituto de Ciência e Fé e colaborador do jornal Visão Judaica.